sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Relatos de uma memória de papel (Conto 1) Primeira Paixão...

Catarina e Lúcio se conheceram, num quarto de hospital, ambas as mães estavam internadas com problemas cardíacos ela tinha 14 e ele 17, foi uma paixão a primeira vista, ela nunca tinha sentido algo assim, era tudo muito novo, diferente, nunca tinha sentindo atração por ninguém. Eram vários irmãos, cerca de uns 10 ou 13, ela achava todos lindos, mas nenhum especial, mas quando Lúcio entrou pela porta daquele quarto, seus olhos brilharam, ele era tão diferente, os cabelos lisos como o vento, sua pele bronzeada, pelos loiros, seus olhos cor de mel, que lindos, descobrira que era surfista. Catarina ficou totalmente encantada, mas ele nem a olhou como ela gostaria, achou ela muito criança, se julgava o próprio adulto.
Todos os dias ia visitar sua mãe, e consequentemente esperava encontra-lo por lá, nem sempre isso acontecia, sua mãe estava debilitada por conta de problemas psicossomáticos, ela teve uma grande perda e ficou nervosa e acabou agredindo o coração, problemas da alma que passam para o corpo, enquanto que a mãe dele estava com problemas cardíacos devido a descontroles emocionais e fumo, o caso dela era bem mais grave.
As mães ficaram muito amigas, a mãe dele era muito legal, e o seu irmão mais velho Pedro, fez amizade com sua irmã Iara, pois Pedro sim ia todos os dias, era um dos mais velhos. Catarina ficou sabendo que eles não eram do Estado, e sim de um lugar bem mais distante, a mãe tinha vindo visitar familiares e aqui adoeceu, sem poder mais voltar para o seu Estado de origem por conta da gravidade do seu quadro, então todos os filhos vieram ter com ela.
Catarina ficou triste pois sabia que mais cedo ou mais tarde aquele por quem se apaixonara iria embora, mesmo assim não desistiu de tentar conquista-lo, mas ele nunca a olhava, como ela desejava, até um certo dia que ele chegou inspirado e até puxou conversa com ela, foi o bastante para seu coração se encher de esperanças.
Catarina era uma menina muito tímida, tinha complexo de inferioridade, se achava, feia, magra, sem graça, tipico de adolescente de sua idade, mesmo assim esqueceu sua timidez e conversou com Lúcio, e quando ele foi embora, deu-lhe um selinho, ela ficou, sem ar, nunca nenhum rapaz tinha lhe tocado os lábios  essa teria sido a primeira vez que seus lábios haviam sido tocados, e por quem mais ela desejava, foi incrível, ficava o tempo inteiro pensando naquele momento, contou as amigas, e a noite foi dormir pensando no seu lindo amor, e fazendo mil planos...
Sua irmã Iara havia combinado com Pedro de vê-lo no final de semana, então Iara e Catarina foram ao encontro dos dois, ela sempre tímida, chegou a casa dos meninos super envergonhada, mas aos poucos foi se sentindo mais a vontade, eles moravam próximo a praia, então Iara e Pedro foram conversar mais adiante, e Lúcio e Catarina ficaram sentados a beira mar, na areia, ela sem saber nem o que falar, mas ele como mais velho e mais esperto, ficou conversando diversos assuntos, cantou musicas em seu ouvido, beijo-a e ficou deitado com a cabeça em seu colo, como se namorados fossem, ela radiante e super feliz de estar naquele momento ao lado de quem mais desejava, ele muito carinhoso, percebeu o quanto ela era pura e ingenua, e não abusou dela nem de seus sentimentos. As musicas que ficaram marcadas naquela data foram, "O que é que há" de Fabio Junior e "Casinha Branca" de José Augusto, essas foram as musicas que cantou para ela. Ela super feliz alisando aqueles cabelos lisos dele, cheirosos, e ficava pensando, e desejando que aquele momento fosse eternizado, muito embora sentisse muito intimamente que poderia também ser o primeiro mas também o ultimo dia a ficar junto ao seu amado. 
Mais tarde foram almoçar e despediram-se no final da tarde, foi realmente um dia incrível, diferente de todos que já vivera, e foi para casa com sua irmã, super feliz, e em êxtase por todos os acontecimentos daquele dia.
Mas parece que o que sentiu quando estava com  ele naquele momento, estava prestes a acontecer, infelizmente o mais temido aconteceu, a mãe do Lúcio faleceu, e seu pai veio buscar todos os filhos para levar de volta a sua cidade e era bem distante em outro Estado, Catarina ficou sabendo por Pedro pois o havia encontrado na rua atordoado, sem saber o que fazer, se sentindo perdido, sozinho e muito triste por ter perdido a mãe daquela forma, foi então que entendeu que nunca mais veria aquele ser tão querido e desejado, foi uma facada em seu peito, uma dor inexplicável,  tinha encontrado uma paixão e tão precocemente o perdera.  E o Pedro lhe disse que nesta mesma semana estaria partindo, e que os mais novos já haviam embarcado junto com o pai, foi uma loucura, mil coisas passaram em sua mente, e despediu-se de Pedro, e desoladamente foi para casa, contar tudo para sua irmã Iara.
Infelizmente Catarina nunca mais viu sua grande paixão, passou muitos anos a espera de um milagre, de uma noticia, mas ele nunca mais retornou a sua cidade, e teve que seguir em frente, apenas guardando como mais preciosa essa lembrança de um sentimento tão puro, e prematuramente desfeito.
Isso tudo aconteceu no ano de 1982.

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Pouco de mim...



Pouco de mim é o que se tem quem mais merece, muito de mim tem quem não tem direito as minhas lembranças;
Confuso esta meu interior, com tantas desilusões, magoas, torturas psicológicas, e falência de afetos; 
Que farei eu sem aquele sentimento abrasador que alimentava meu interior, absorvendo apenas o que me transmitem, e que não é reciproco embora o carinho seja verdadeiro, o que farei eu se não consigo oferecer-te meu amor como acredito que mereças, pois assim foi doado a outrem, como fazer-se sincero sem que pareça caridade; como fugir, sem fingir, como dar-te o que não mais tenho em mim; 
A desilusão secou o que era brilho, e deixou no pranto todos os meus passos, não consigo alcançar-te, embora busque todos os dias oferecer-te o que no momento não possuo mais.

Joseane Costa de Andrade
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Ausência Momentânea...



A luz do meu entendimento a pouco se fora, fiquei sem inspiração, por tantos percalços ao longo do caminho;
Porém tento por fim voltar, a ter, a ser, quem sempre tentei, de passar, informar, transmitir, o que os outros sentem e não sabem refletir;
Arriscarei ao máximo, ou vez enquanto, talvez, voltar, quem sabe aos poucos, ou aos muitos necessitados de palavras, chegar devagar mas sempre aos que esperam e se alegram com uma palavra sincera, de abrigo, de carinho, de verdade!!!

Joseane Costa de Andrade
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Conflito Interior...



Tanto tempo de sonhos perdidos, de experiências não vividas, de corredores sem sombra, de dias sem luz;
Preciso de um tempo de mim mesma para entender minha própria existência e para enfim encontrar o algo que sempre me falta;
É tão vazio olhar o mundo e não enxergar uma razão, um motivo, de não sentir-se mais preenchida com a diferença, de sentir-se obscuro e ao mesmo tempo obsoleto diante das diversas mudanças que ora nos envolve;
O entendimento me é confuso, porém o sentimento é verdadeiro, onde me perdi? como me encontrar?

Joseane Costa de Andrade
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sábado, 21 de setembro de 2013

Distância...


Entre os sentimentos, não há barreiras porque eles são livres, flutuo no anseio por tua voz, enquanto tua presença me é negada, vigio meus pensamentos para que não se transformem em seguimentos apenas da tua imagem, pois não há como apagar tanta estrada, não se pode atravessar os rios sem molhar os pés, como entender o porquê de tanto afeto, e a imensa distância entre razão e sentimento.
O tempo não parou, o rumo divergente foi tomado, a felicidade veio, mas a lacuna deixada por ti nunca se fechou, o lugar reservado ainda te pertence, quando o futuro nos enxergar, quem sabe a solidão das estrelas atinja seu êxtase, como menina alucinada, em sua primeira noite de amor. Sempre te esperarei!

Joseane Costa de Andrade
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josicosta001@hotmail.com

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Quimera...


Quando a saudade me aborda as lembranças, finjo que não percebo, tento fugir de mim mesma, querendo não querer que seja real, esse sentimento que a muito me devora a alma, que não poderia existir em mim, mas, que insiste em permanecer no obscuro desse asfalto sem fim, sigo sorrindo, respirando, me envolvendo, porém tudo que um dia foi contigo, jamais será da mesma forma com outrem, por mais que tente, no horizonte da minha estrada, sempre vejo a luz dos teus olhos, como se um dia muito além, pudesse reviver o que um dia se perdeu no passado!

Joseane Costa de Andrade
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josicosta001@hotmail.com

Filhos...



Alguns filhos na adolescência se vão de nossos olhos, preferem a presença dos amigos, porém, quando se tornam pais e mães regressam, e reconhecem que tudo que dissemos ou fizemos era para o seu bem!


Joseane Costa de Andrade
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